ÚLTIMA LÁGRIMA
Lá se foi a última lágrima do dia
Cheia de amargura a rolar nas calçadas,
E por sentir-se intrusa e desamparada
Deixou no bueiro cair tanta agonia.
Sem jardins, sem perfume e sem flores
O quotidiano a absorveu perante hinos
Que se ouviam pelo trepidar dos sinos
A ribombar pela tagarelice dos rumores
Que trouxeram dor, insana e vil tirania!
E a lágrima evaporou-se na sutil fantasia
De esconder-se dos pseudo sentimentos!
Adiante noutras lágrimas ainda perdidas
Pôde-se compreender que são as feridas
De amor a causa de fecundos tormentos!
DE Ivan de Oliveira Melo