Vinho dos Céus

Efêmero não será o beijo primeiro que trocamos,

pois durante muito tempo ocupará nossas mentes

perpetuados em anexos corpos e que nos tocamos

nossas peles nuas se roçando, as carnes trementes

Há fascínio pelo vigor que juntamente empregamos

articulações frenéticas em nossos abraços indivisíveis

os espasmos rumorosos pelos vãos nós dispersamos

as alegorias de nossas almas em cenas inesquecíveis

Múltiplas as emanações de cândidos deslumbramentos

a ânsia incendiada pelos torpores assaz magnetizados

o frêmito de nossos desejos ascendendo pensamentos

e daí o exílio discreto dos pudores antes enclausurados

E ao vislumbrar o teu corpo em translúcido e níveo véu

minha inquieta imaginação cobriu-te de inúmeros beijos

sorvi do teus túmidos seios o vinho que se traga no céu

e soaram, lascivos, agonizantes gemidos em lampejos...

Rui Paiva
Enviado por Rui Paiva em 16/02/2017
Código do texto: T5914247
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