Vinho dos Céus
Efêmero não será o beijo primeiro que trocamos,
pois durante muito tempo ocupará nossas mentes
perpetuados em anexos corpos e que nos tocamos
nossas peles nuas se roçando, as carnes trementes
Há fascínio pelo vigor que juntamente empregamos
articulações frenéticas em nossos abraços indivisíveis
os espasmos rumorosos pelos vãos nós dispersamos
as alegorias de nossas almas em cenas inesquecíveis
Múltiplas as emanações de cândidos deslumbramentos
a ânsia incendiada pelos torpores assaz magnetizados
o frêmito de nossos desejos ascendendo pensamentos
e daí o exílio discreto dos pudores antes enclausurados
E ao vislumbrar o teu corpo em translúcido e níveo véu
minha inquieta imaginação cobriu-te de inúmeros beijos
sorvi do teus túmidos seios o vinho que se traga no céu
e soaram, lascivos, agonizantes gemidos em lampejos...