Murmúrios

 
As águas que caem da Cachoeira
(Feito meus olhos em lágrimas por ti)
Moldam as pedras tirando delas o
Limo e as asperezas tornando-as objetos
De decoração, desconhecem sua dor.

E quando chove engrossando as águas
Transbordam em queda livre, chocando-se
Água e pedra, dali ver-se a promessa
Cumprida no arco que se eleva, da terra
Ao céu, na certeza de não diluviar.

(Como meu amor por ti, que me eleva,
Na certeza de não ter um fim)
Mas não há promessa a cumprir-se em
Nossa vida, visto que não há compreensão
Eu...
.... Sou a pedra suportando a dor das águas,
Sou as águas suportando a chuva forte,
Sou a flecha não lançada, a palavra não dita
E a oportunidade não perdida, sou a brisa
A tocar sua alma, seus lábios, e sua vida.

Sou a chama ardente da paixão ausente
Me exílio em terra diferente. Onde, talvez
Não me encontrará, estarei longe da
Efemeridade dos seus sentimentos,

Longe do seu jeito estranho de amar...
Saibas na estrada do amor tentei achar
Um começo, mas só encontrei fim,
Deste amor que não morre, que debilita

Meu ser, o amor em mim tornou-se...
Um Ser real, que sente sede, sente fome
Que sente dor e sente frio.
Porém, inutilmente chora e sofre

 
como o murmurio doloroso do rio...