MEU RECANTO

Meu recanto é onde canto uma solidão crônica,

Os picos agudos de tristeza me inspiram versos.

Sou demasiado ambíguo para chorar somente,

Faço e refaço a saudade apenas para me contrariar.

Ninguém é só o bastante para se auto-enternecer,

Caminha vez por outra por entre a multidão,

E não em vão descobre a fortaleza do amor.

Ninguém ama sozinho um nada da vida,

Há que existir uma outra solidão passageira,

uma parceira a contradizer toda essa tristeza.

Meu recanto é o coração de quem me ama,

Minha lembrança são seus olhos fixos em mim,

Minha única esperança de ter uma certeza,

São meus lábios roçando seus lábios,

Trocar meu choro por um sorriso de fé em ti.