O que me resta!

A minha vida fez de mim

o que eu sou

um tolo, um ínfimo poeta e escritor.

Sou o que sou para continuar a viver

e escrevo para não enlouquecer.

O pouco

do que sou tem pechoso nome

e tudo é tão roto ao meu redor,

as vezes vem... as vezes some

só as vezes sou da caça o caçador.

E existe tanta obscura fumaça

que ofusca a minha vista cansada

o tudo e nada é de graça e mesmo

o tempo que é tão lento... passa.

As vezes entre a dor da existência

há um torpor que aumenta a tormenta

da ausência indigesta da inocência

e deste verso que a m'alma alimenta

pois

é tudo que me resta!

alexandre montalvan
Enviado por alexandre montalvan em 08/02/2017
Reeditado em 09/02/2017
Código do texto: T5906274
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