O que me resta!
A minha vida fez de mim
o que eu sou
um tolo, um ínfimo poeta e escritor.
Sou o que sou para continuar a viver
e escrevo para não enlouquecer.
O pouco
do que sou tem pechoso nome
e tudo é tão roto ao meu redor,
as vezes vem... as vezes some
só as vezes sou da caça o caçador.
E existe tanta obscura fumaça
que ofusca a minha vista cansada
o tudo e nada é de graça e mesmo
o tempo que é tão lento... passa.
As vezes entre a dor da existência
há um torpor que aumenta a tormenta
da ausência indigesta da inocência
e deste verso que a m'alma alimenta
pois
é tudo que me resta!