SENTIMENTO
Ah! quanta nostalgia que eu sinto
Dos sonhos aveludados no coração,
Dos momentos de cio e de tesão
Que o tempo levou embora!
Que tara, tantos devaneios, mar…
Debaixo de sol, debaixo de chuva,
Levado pela brisa do vento in natura,
Emoldurado pelo orvalho do luar!
Tantas flores a sorrirem na primavera
A alumiarem os dias de belas sonatas!
Como passam as horas, são tão ingratas
E na vida muitos se esquecem de amar!
Das folhas que caem no outono
Linda passarela se forma no chão…
Gente que vai e vem curtindo a estação,
Carregando da existência o que somos!
Como é belo observar das estrelas o brilho
E ter a certeza que a vida é só infinito,
Mergulhar na aventura do astral metafísico
E bem distante abandonar eflúvios de dor!
Que magia é poder beijar a consciência
E saber que náufrago é quem serve ao mal,
Viver a glória e a plenitude do infinitesimal
A fim de colher o ouro em sua essência!
Que esplendor é ter diante de si a natureza
E contemplar rios e cachoeiras da ecologia!
Ver dos pirilampos o luzeiro que alumia
A alma, libertando-a de sua melancolia!
Ah! é mavioso o canto dos pássaros!
É um bem que abençoa a sobrevivência
Dum vegetar caótico donde a indecência
É ainda galardão dos povos bárbaros!
Como é salutar o despertar da aurora!
Novo dia que chega sem nódoas e virgem,
Oportunidade que se tem de tirar a fuligem
E renascer perante o arrebol dum agora!
É o amor que clama ser a virtude do homem!
Estender mão – perdoar!
Viver em comunhão – acariciar
A fraternidade que existe desde ontem!
DE Ivan de Oliveira Melo