MEU FAROL

Preso em meu mar, oceanos me separavam de ti,

Um barco perdido nas correntezas do desamor,

Pois longe da praia se cantava a solidão, horizontes escuros,

É que sem rumo não se podia navegar,

Sem que se pensasse no perigo iminente em naufragar,

Mas você, meu farol, iluminando a direção,

Eu, marinheiro sendo conduzido a este cais,

E do caos à paz, as ondas de sais já não ouviam meus ais,

Você, meu farol, que percebia palavras que a boca jamais disse,

Lendo frases pronunciadas dentro de cada olhar,

Eu, marinheiro retornando a confiar que após as ondas havia um mar calmo,

Você, meu farol, olhar que conhecia o coração,

Que aproveitou o sal deste mar que escorria do olhar,

E assim o lavou, cicatrizou...

Eu, marinheiro sorria sem medo, pois não estava mais a esmo,

Existia uma praia para onde o olhar que me guiava, era você, meu farol.

Você, meu farol, luz que fez a escuridão ser ausente,

Que preencheu lacunas de solidão com seus risos,

Você, meu farol, que me faz pensar no eterno,

Mas que também desperta receios de o perder,

Você meu farol, a luz, o desejo, o motivo do meu sorriso,

A cor, o sono que sonha e queima o coração,

Explicação que não sabe explicar,

O olhar que desnuda a alma por trás do corpo agasalhado,

E se os sonhos eram oceanos que escondiam as ilhas das realizações,

Por você, meu farol, que hoje eu posso ancorar.

Leonardo Guimarães Rosa
Enviado por Leonardo Guimarães Rosa em 07/02/2017
Código do texto: T5905734
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