MEU FAROL
Preso em meu mar, oceanos me separavam de ti,
Um barco perdido nas correntezas do desamor,
Pois longe da praia se cantava a solidão, horizontes escuros,
É que sem rumo não se podia navegar,
Sem que se pensasse no perigo iminente em naufragar,
Mas você, meu farol, iluminando a direção,
Eu, marinheiro sendo conduzido a este cais,
E do caos à paz, as ondas de sais já não ouviam meus ais,
Você, meu farol, que percebia palavras que a boca jamais disse,
Lendo frases pronunciadas dentro de cada olhar,
Eu, marinheiro retornando a confiar que após as ondas havia um mar calmo,
Você, meu farol, olhar que conhecia o coração,
Que aproveitou o sal deste mar que escorria do olhar,
E assim o lavou, cicatrizou...
Eu, marinheiro sorria sem medo, pois não estava mais a esmo,
Existia uma praia para onde o olhar que me guiava, era você, meu farol.
Você, meu farol, luz que fez a escuridão ser ausente,
Que preencheu lacunas de solidão com seus risos,
Você, meu farol, que me faz pensar no eterno,
Mas que também desperta receios de o perder,
Você meu farol, a luz, o desejo, o motivo do meu sorriso,
A cor, o sono que sonha e queima o coração,
Explicação que não sabe explicar,
O olhar que desnuda a alma por trás do corpo agasalhado,
E se os sonhos eram oceanos que escondiam as ilhas das realizações,
Por você, meu farol, que hoje eu posso ancorar.