na luta diária
na luta diária, tropeços,
pedras, nuvens, ventanias,
gasto meu tempo, perjuro,
gasto meu grama de coragem,
meu punhado de futuro.
sigo com o olhar atento,
como quem leva a urgência
de um recado, resoluto,
cumprindo algum mandado
por força do insondável absoluto.
entre as colunas da tarde
calcinadas de lástimas,
entre as paredes, descrente.
um sol melancólico queima
onde ninguém pode ser indulgente.
entre os devassados
esconderijos que busco
entre a sede e a bebida
se vai sem perceber um dia,
um mês, um ano, toda uma vida.
perdulário das horas, dos minutos,
do mundo que eu não soube decifrar,
troco por incerteza o ar errante
e por força do hábito
troco o porvir por um instante.
dos passos em que cego me revelo,
a cada queda me recobro,
preservo o fogo que em mim dura,
no qual forjo, sem medo ou angústia
as faces da máscara futura.
na treva em que me embrenho
sem saber quem sou, existo.
nas vertigens do alento,
sobre as curvas do caminho
ultrapasso a curva do momento.
outro céu, outra fome, outro corte,
por não saber quando parar,
giro e oscilo entre penhascos,
busco solução na chuva e no ar
por não haver alívio para os meus ascos.
Poema do livro Diários do Desassossego
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