O AMOR DE UM POETA
O AMOR DE UM POETA
Heraldo Lage
No início belas palavras de amor ...
No transcurso alguma adaptação ...
Na reta final inicia-se amargo sabor ?
Concluir-se por grande repreensão ?
O amor é um sentimento
Existente no ser humano
Sujeito a algum lamento
Não guarda lado profano
De escolhas não depende
A pessoa que a ele se rende
Simplesmente se vê laçada
Quem ama, pela pessoa amada
Realidade ... o que é a realidade ?
Algo que se vê exteriormente ?
Ou talvez a mais forte verdade
Que se vive e sente interiormente ?
Não seja, jamais, a fidalguia
Confundida com a fraqueza
Ou tudo perderia sua magia
E a grande força da natureza
É tão fácil um ser dizer ao mundo
Sobre tantos erros cometidos
E tão difícil é buscar no fundo
De si mesmo, os seus, incontidos!
Amor certo não se poderá escolher
Ama-se, simplesmente, não se clama
Sentimento que não se pode tolher
Ou tudo não passaria de uma trama
No amor, comércio jamais haverá
Não se engana quem de fato ama
Quem escolhe a quem, amor, dá
Busca negócio, lucros ou fama !
Quanta gente anda a confundir
Arte de Amar com apenas negociar
Amor pode unilateralmente surgir
Pois quem ama nada tem a exigir
Quanto à dor, se não se procura, encontra
Alento, no verdadeiro amor é que buscará
Sentimento puro e sublime não se afronta
Apenas, no fundo do peito se o guardará !
Ninguém, no amor, deve se obrigar a nada
Nem mesmo abrir mão de seu compromisso
Quando ama, tudo será como o conto de fada
Sem que para isso precise alguém ser omisso
Não há fala mais antiga ou moderna que o amor
Tranca o coração quem escolhe à quem entregar
Um sentimento tão puro e belo, repleto de calor
Coração de poeta está sempre aberto para amar
Sem jamais negociar uma beleza de tal esplendor
Ainda que não o entendam nas formas de se doar
Quem diz que no amor nada de bom acontece
Pode até mesmo achar que se ama a um ser, só
Mas, amar de verdade é como fazer uma prece
Não é como a corda que nos amarra por um nó
Quando tranco amor que sinto, em meu peito
É para que protegido esteja, em meu coração
Posso senti-lo forte quando estou em meu leito
Criando e cantando o amor em mais um refrão
Eu amo e sempre amarei ! O que sei é amar!
Se ainda adoro a todas que já amei
Jamais me negaria a quem me quer dar
Pois o que mais nesta vida busquei
Foi quem ouça minhas cantigas de amor entoar
Não é de ninguém, a Lua que tanto encanta,
Não se trata de desdita, é apenas realidade
Lua altiva, soberana, independente, acalanta
N'um misto de poder, nostalgia e felicidade
Se um poeta usa como exemplo, a linda Lua
Jamais estará a ela por seus prantos acusar
Expõe com beleza a sua verdade, então, nua
Mostrando assim em seus reveses saber amar
Quando um poeta depara-se diante da musa
Poetando por si seu amor aos quatro ventos
Tomado por surpresa em situação confusa
Transforma em felicidade os seus lamentos
Entrega então seu coração a mais um amor
Porque amando o poeta encontra lenimento
Brilhando como estrela de maior esplendor
Amante-musa-poetisa receberá seu acalento
Nova vida recomeça, não se para de explorar
Os caminhos de um grande amor verdadeiro
Quer-se apenas, tantos seres ... encontrar
Inda que se busque no universo inteiro !
Desistir, jamais !!! Seria isso um grande tormento
Viver distante do amor ... Triste verdade tão crua !
O amor de outrem é que traz um verdadeiro alento
A alguém, ainda que tenha o mesmo destino Lua !
Heraldo Lage
http://www.hlage.com.br
Em 17/08/2002 - 19:16 hs.