Pomo da tua Boca
Não partirás sem antes apurares por ti o meu amor
Decerto não imaginas a grandeza deste sentimento
Nem sequer pressentes sua intensidade, seu fervor
Noção indefinida do carinho que por ti eu alimento
Recuso-me que partas sem que o fruto que carrego
Sacie a fome e sede que tua inquieta alma dilaceram
Noites a ficarmos juntos jamais me escuso ou renego
Tão certo como os astros noturnos no céu proliferam
Hei de tê-la em meus braços tão logo o sol já posto
Anuncie tua chegada por intermédio da hora acertada
E aí descortinarei o véu que ornamentará o teu rosto
Então provarei o teu beijo do pomo de tua boca rosada
Exclama! E articula a aflição que em vão tu pranteias
Guardada no teu âmago, o embornal que te angustia
Terás a mim doando-te o sumo do amor a mancheias
Minha inspiração cuidando dos teus desejos e fantasia