A terceira margem do rio

Eu incessantemente sonho

Com um mundo em que as flores não murchem,

Com amores que não pereçam

Com corações que se abram,

Que se doem,

Que se ofereçam.

Quisera eu que houvesse,

Um meio termo para tudo

E que não se resumisse tudo entre

Partir e ficar

Bendizer e amaldiçoar

Guardar e partilhar

Perder e ganhar

Alimentar a mágoa e perdoar

Amar e odiar

Que não fosse tão severo o abismo entre o viver e o sonhar.

Como eu queria,

Poder escolher sem renunciar

Partir sem me ausentar

Dizer não sem magoar

Perdoar e tolerar sem nunca me cansar

A todos os que me amam amar,

E junto de todos poder ficar.

Quisera eu:

Que houvesse uma terceira margem

E que houvesse algo além do cá lá.

Valério Maúnde
Enviado por Valério Maúnde em 31/01/2017
Reeditado em 19/06/2017
Código do texto: T5898708
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