A terceira margem do rio
Eu incessantemente sonho
Com um mundo em que as flores não murchem,
Com amores que não pereçam
Com corações que se abram,
Que se doem,
Que se ofereçam.
Quisera eu que houvesse,
Um meio termo para tudo
E que não se resumisse tudo entre
Partir e ficar
Bendizer e amaldiçoar
Guardar e partilhar
Perder e ganhar
Alimentar a mágoa e perdoar
Amar e odiar
Que não fosse tão severo o abismo entre o viver e o sonhar.
Como eu queria,
Poder escolher sem renunciar
Partir sem me ausentar
Dizer não sem magoar
Perdoar e tolerar sem nunca me cansar
A todos os que me amam amar,
E junto de todos poder ficar.
Quisera eu:
Que houvesse uma terceira margem
E que houvesse algo além do cá lá.