VERBO MORTO

O que somos nós, um longe do outro,

senão um singular sentimento?

Eu e você separados, já não somos nós.

Já não somos dois, e tudo que sonhamos

fica no banco de esperas.

Uma longa espera, que já nem sei,

se algum dia chegaremos

a nos reencontrarmos.

Na solidão dos meus dias,

procuro em vão por você.

Olho em volta e não a vejo.

Quero seu corpo, desejo seu beijo

e tudo que tenho é tão somente

esse vazio em minh’alma

que vai a cada dia roubando me a calma.

O que somos nós,

na ausência um do outro?

O que farei com todo o bem

que guardei somente para você?

Na minha solidão, nada mais serei,

senão um verbo morto na singularidade,

pois eu e você já não somos nós.

Já não vivemos no plural e sim no singular.

Mamonas (MG), 15 de outubro de 2013.

Tadeu Lobo
Enviado por Tadeu Lobo em 29/01/2017
Código do texto: T5896130
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