VERBO MORTO
O que somos nós, um longe do outro,
senão um singular sentimento?
Eu e você separados, já não somos nós.
Já não somos dois, e tudo que sonhamos
fica no banco de esperas.
Uma longa espera, que já nem sei,
se algum dia chegaremos
a nos reencontrarmos.
Na solidão dos meus dias,
procuro em vão por você.
Olho em volta e não a vejo.
Quero seu corpo, desejo seu beijo
e tudo que tenho é tão somente
esse vazio em minh’alma
que vai a cada dia roubando me a calma.
O que somos nós,
na ausência um do outro?
O que farei com todo o bem
que guardei somente para você?
Na minha solidão, nada mais serei,
senão um verbo morto na singularidade,
pois eu e você já não somos nós.
Já não vivemos no plural e sim no singular.
Mamonas (MG), 15 de outubro de 2013.