Verso Sem Voz
Não amo uma poesia pelos versos,
mas porque me fizesse sorrir.
E a ti em pura consternação de desejos.
Amei pela pura simetria lúdica.
E versos ditos no absoluto silencio .
Mas a vida é perfeita e me satisfaço.
Recordo que sonhei com seu corpo nu,
e sobre as coxas que minha face roçava.
Teu cálice em meus lábios derramava-se;
E exalava pura poesia em versos mudos.
Desta vida que chegamos chorando,
e num mesmo choro partimos.
Salva-se a poesia de seus lábios
Deleito-me sobre os sons de teu peito.
Um pulsante coração que bombeia sentimentos.
Fito-a com uma amizade inconsumptível.
Assim quem menospreza a própria morte;
Lambuzado sobre o corpo nu em meus sonhos.
Queimando na salsa ardente de suas entranhas.
O saboroso néctar da vida à deliciar-te.
Meu semblante meio louco e semi tolo.
Um simples poeta de versos carnais,
literalmente desnudo de nuances falsas.
Fustigado pelos pecados incoerentes e sexuais.
Perdido num mar de versos sem palavras.
Tendo minhas atitudes num cemitério de vivos.
A sociedade de um apenas, poeta morto.
Tendo pela realidade meu audacioso algoz.
Deixo-te por memória um ultimo verso sem voz.
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