Varanda
Varanda
Amei um amor avarandado
Um amor de flores enfeitado
E meu amor ao teu sonhar aconchegado
Não sabia que já havias tu, te retirado
E na varanda as flores inventadas
Percebeu o meu amor que eram plásticas
Sem olor, sem o vigor
Que as mãos de Deus
De flor em flor atara
E viu-se só o amor que até então
De beleza respirava
Em mãos profanas acordara
E seu último respiro foi em dor
Tornou-se pálido e as arandelas se apagaram
Todo breu caindo sobre ela
As redes tão marmóreas
Apenas túmulos insólitos
Desdobrando o meu lamento
Na varanda morta das memórias
Cristhina Rangel.