Não esqueças de mim
Não esqueças de mim
Eu passava em tal instante errante e vago
Como um som de flauta em noite escura
Mas tu com palavras dóceis peregrina e pura
Como um pássaro inspirado cantando em manso lago
Contemplando as corredeira em soluços e afagos
E teu canto ungido de eterna doçura
Atraiu-me de modo a encantar nuvens e plumas,
com tão sincera e brilhante alvura
Não te esqueças de mim quando ao fim do dia
Aparecer a lua em um sinédrio manto
E quando um vento suave rosar-te a fronte
Lembre-se de mim que te lembro tanto
Não te esqueças de mim quando escutares
O gemido de um vivente em uma floresta escura
Então ao ligar o rádio em noites de sábado
Me ouvirá desfazer esse gemido de tristura
Não se esqueça de mim quando meu olhar
Cruzar com o teu meigo sem notar nada
Mas sentir-se como chama em um fervor profundo
Surgirá então uma ideia, uma queixa, uma saudade
Um anseio de vontade de conhecer de perto
Esse amor sem veto e exceto, esse amor mundo
E então, quando os dias de dor passados houverem
E o calor do tempo consumir-te o pranto
Guarda-te uma frase desse teu poeta
Não te esqueças de mim que te amo tanto...,
Edy