AÍ COMO DÓI

Aí com dói!

O amor que já em mim...

Assassinado por teu desprezo...

Esquecido a muito por ti.

Aí como dói!

A dúvida se um dia tu amaste-me...

Quando eu vago, por aí, morto-vivo...

Esquecido de mim.

Aí como dói!

Acordar nos braços de uma meretriz...

Que bêbado acolheu-me triste...

Iludindo-me, com o sexo que não era o seu.

Aí como dói!

Afogar minhas tristes lembranças...

Em uma dose da fada verde, esperanças voláteis...

Buscando você no fundo infinito do copo.

Aí como dói Inácia,

Cada tragada de um cigarro Camel cream...

Onde vejo na fumaça o lilás de teus olhos...

E sinto, vejo, o suave sabor da morte.

Aí como dói!

A minha covardia de adiar a cada dia...

A única saída, plumbea saída...

Da liberdade vinda em um estampido, e poder dormir livre, no úmido tapete carmim.

ELIZIO GUSTAVO MIRANDA DOS SANTOS
Enviado por ELIZIO GUSTAVO MIRANDA DOS SANTOS em 21/01/2017
Código do texto: T5889070
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