Lazarim
Acordo com a chiadeira dos pardais
na praceta das traseiras
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O sol começa a nascer
na janela da sala
E as folhas dos eucaliptos
desenham-se uma a uma
contra o céu. Imóveis,
não corre uma brisa
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Vêm de mais longe
os ruídos da auto-estrada
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Levanto as persianas
e abro a janela do escritório
Com o ruído, intensificam os pardais
o seu esvoaçar
de copa em copa
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O céu começa a tomar cor
E eles começam a sua fuga diária
para longe
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Por entre os prédios, lá mais atrás,
ainda espreitam os últimos pinheiros
dos pinhais dizimados pela urbanização
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Oh, hoje chega até aqui
este aroma salgado, do mar
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© Myriam Jubilot de Carvalho
Inédito
Domingo, 31 de Julho de 2016
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