Amor a Drummond

Não quero a sensação das pequenas cousas

Nem por ventura o soar da harpa dos querubins

Em ti encontro meu termo

Meu anseio, meu ermo

As borboletas do estômago que borbulham na emética viril

Consolidam-se nos olhares que se consomem em paixão febril

Quero a sensação e a coragem do passar dos anos atemporal

Em tuas rugas fatigadas debruçarei-me em meio ao vendaval

Entre dias e noites insanas

Quero noites e dias à paisana

Até que se passem semanas e meses

Talvez anos

Uma vida, que seja

Até o último suspiro que enseja

E depois, quando morrermos de amor

Das cinzas dos nossos túmulos

Nascerão flores brancas e reluzentes

Tão puras como foi o nosso amor.