Águas no vazio
Águas no vazio
Águas, deixem o céu escuro.
reguem meus sonhos em filigranas
de desejos, na noite sem estrelas.
Chuva, chove em mim.
Molha meu corpo, revela
contornos da pele que não
alcanço, nos amores que sinto.
Irriga meus vazios.
No oco da alma, momentos
de mim, levados por águas
corredeiras, desalmadas.
No som do meu mundo quieto
em saudade, ouço em você
o murmurar
de um triste cancioneiro
Vem, entra em meus silêncios.
Estala minha solidão,
plena de ausência do ontem
Goteja riso nas lágrimas.
Goteja amor em águas novas.
Olynda Bassan