Obstinações...

De onde vem sua garra?

Sua obstinação pela vida?

Por acaso desconfias da sua dor?

Ah! Perguntas, perguntas...

no ensejar deste claustro,

esfomeado pelo reconhecimento da dor

deixo um feixe de luz entrar...

faíscas de poeiras bailarinas

rodopiam transparências...

Lá fora a rosa do deserto

bebe as gotículas do orvalho

para mitigar a sede da vida!

De onde vem sua teimosia?

Sua obstinação pela vida?

Vem do amigo...

Vem do riso...

vem dos livros...

Vem até mesmo da dor...

Sobrecenho carregado

vai se desfazendo ...

liquefazendo em néctar

para ser bebericado pela língua

aveludada do beija flor...

De onde vem sua garra?

Ah! Vem da vida!

Só da vida!