Ao mar
Eu sei o que são duas da manhã
Eu sei que não deveria
Mas de todas não é a menos sã
Essa ideia de fazer poesia
Já faz tempo que eu congelei
Pra sobreviver no temporal
Mas ao Sol de um coração queimei
E lembro que o "sentir" é normal
São nesses momentos que o ouro escorre
Como lágrima ou suor
E nas olheiras da insônia ocorre
Uma música ou algo pior
Você me inspirou em sonho
Pois por muito só me fez dormir
Na sua ida eu levantei sangrando
Tinta à óleo para colorir
Não prendo pássaros, mas te escraviso
Na gaiola da minha lembrança
Teu canto falso foi mui bonito
E fui marcado com uma nova dança
Não vou odiar as calçadas que pisamos juntos
Nem apagar os vídeos que você mostrou
Jamais vou ficar triste ao te ver no futuro
Já sinto teu sorriso ao ver o que causou
Estão escutando os baques do meu desfile
Estão ouvindo o tom da minha voz
Tua atitude me tirou o limite
E teu conselho me desfez os nós
Foi simples, foi sutil e impulsivo
Foi com o toque de "Eu quero mais"
E então eu corri pro abrigo
De um Eu novo que não se desfaz
Livros, fones, metas e rodas
Vou mergulhar e ir mais fundo
Pra tua superfície eu subi de roupas
Nu, agora, vou descer de novo.