PREMONIÇÃO
Talvez amanhã tu já não mais existas
E eu de repente sinta frio, tirite, fique a sós…
Não poderei contrariar minha verve intimista,
Pois não terei mais o amor debaixo dos lençóis.
A cama para mim haverá de ser martírio,
Tua ausência não será sonho, será loucura,
Pesadelo que me fará confessar em delírio
Que te amei virgem e mulher, amanhã partitura.
Navegarei em valsa pelos devaneios das lembranças…
Se a morte for passagem, terei deveras esperanças
De contrair nas nuvens um novo matrimônio…
Mas… se o sopro da vida a ti pôr um fim,
Então mentecapto estarei… Ah! Pobre de mim!
Afogar-me-ei suicida na camada de ozônio!
DE Ivan de Oliveira Melo