DOROTHEA
Dorothea era assim, flor desse triste jardim
e nascera nas redondezas
Da boca "rouge carmin" e dentes cor de marfim
e bela por natureza
Tinha nome de princesa, mas era só uma escrava
Cujo nome herdara da avó de Sinhá Sara
e o motivo era importante, por conta do mesmo instante
em que Dorothea nascia, a boa velhinha partia
galgando o firmamento.
A cíclica que não para, de uma dor que desampara,
uma rosa que jazia, outra roseira paria
à vida e seus ornamentos.
E assim, face a face, uma flor desabrochasse
no lugar de outra colhida;
Uma Dorothea entrasse enquanto a outra deixasse
a mística roda da vida
Cada lágrima que corria, uma outra boca sorria
e a fértil terra regasse, pra fazer com que nela brotasse
outra linda margarida.