O Bêbado

Com um passo lento atrás de outro,

Oscilante e torto

Era um homem cheio de desgosto,

Estagnado e quase morto

Foi um ultimo trago,

Que com gosto de desencanto

Mostrava, entretanto

Sua face seca de um velho porto,

Esgarçada

E falida como um roto manto.

Um passo atrás de outro,

Não concebia mais o rumo

Esfarrapado, um vivo morto. A tua casa era o mundo todo,

Desconectado e sem prumo,

Nesta quase morte descabida

Na ardente bebida, descaminhos e tormento.

Virulento veneno.

Com um baque surdo despencou no terreno

Como um galho seco e sem raiz

Era um desengonçado e estranho desenho

Morreu sem um gemido, ali naquele terreno.

Inexistente e infeliz.

alexandre montalvan
Enviado por alexandre montalvan em 02/01/2017
Código do texto: T5870336
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