Amor bandido
O seu amor, insolente,
revirou-me ao avesso
fora pedra em meu caminho
tornou-me tão travesso
dizimou a esperança
jogou-me no espesso!
Destronou meu coração
vagabundo, lazarento,
entregando-me de razão
a outro ternurento
que faz tudo que não fez
indecente, avarento!
Era seu o meu viver
no meu íntimo, digo bem,
deixou-me de bandeja
a outro que não tem
o seu cheiro, os seus olhos,
a tudo isto digo amém!
E agora quero apenas
que engula seu orgulho
que siga sua vida
me procurando no entulho
de sua vida tão bandida
amor de palha, de embrulho!