en la distancia
“Amapola, Amapola,
como puedes tu vivir
tão sola...
Amapola, mi dulce amor!”
a canção antiga vinha pelo rádio
ele reconhecia a orquestra da época
uma rumba que hoje mais parece uma toada
mas que trouxe-lhe logo a amada
que nunca esqueceria na vida
que nunca esqueceria por nada
apesar de todos os netos
e dos amores que teve
mas justo naquele momento
do outro lado da praia
num fuso horário distante
ela fritava batatas
na frigideira escaldante
enquanto o sol penetrava
o basculante no alto
pra realçar-lhe o brilho
de seus cabelos grisalhos
depois deu como um salto
um pingo quente na pele
será que estou distraída
ou foi alguém que chamou?
Rio, 31/07/2007