CORAÇÃO PARTIDO

CORAÇÃO PARTIDO

Logo depois da cirurgia,

Num velório sem fantasia,

Ainda sob o efeito da anestesia.

Ouvi um adeus melancólico!

Da musa que tanto queria.

Já no leito da enfermaria,

Sentindo horrível dor! Que suplício!

A terra de tristeza tremia!

Por súbita e brava enfermidade!

E mais doente estava o coração

Sem a mulher que tanto amava.

Bramindo... pela vida amortalhada!

Como um tufão embravecido!

Ate do céu choviam lágrimas!

Ao assédio das feridas infectadas!

Sem jamais esquecer aquele amor,

Que diuturnamente me afagava.

A beira do ultimo suspiro,

Perguntei a Deus o porquê,

Desta sina infamante e peregrina?!

Pois, alem de tanta fome e miséria.

Que antes havia sofrido.

Agora, compulsando na dor e desengano,

Ante o dissabor da sepultura!

E sem amor daquela criatura.

DJALMA PEREIRA GUEDES