PACIÊNCIA DE ESPERAR
Enterrei tua lembrança, num canto seco do jardim,
E semeei esperança que surgisse alguém para mim,
Veio a chuva e a bonança, mas seguiu a solidão,
Pois junto com tua lembrança enterrei meu coração.
Agora triste e sozinho como um barco abandonado
Navego na vida sem rumo da própria vida cansado
Se pra você tudo é festa, tudo é comemoração,
Eu vivo toda amargura do final de uma paixão
Porém a vida é assim, resta ser bom perdedor
Reconhecer e aceitar quando se perde um amor
Sepultar as mágoas e olhar reto e para frente,
Sabendo que lá do alto, alguém olha pela gente
Ser paciente ter calma, deixar o tempo passar
O tempo é o pai da verdade ele faz a luz brilhar
Seguir um certo conselho que ensina a meditar,
“Só não gosta dessa vida quem não tem,
paciência de esperar”.
Rio, Abril/1964
Jogon Santos
(Esse poema foi escrito para uma namorada, após uma desilusão em minha juventude. Guardei-o bem escondido em um velho caderno com vergonha que fizessem chacota de mim se o lessem. Depois de muitos anos descobri que ele fazia sentido. O conselho foi de meu avô que sempre o repetia quando sofria algum revés.)