Gargalo do sentimento

A cada vez que o gargalo pende à meu gole, morre uma dor

exaurida pela ressaca e fuminada pela descrença morre à cor

cor rubra de fulgor e blues

ebulido pela poesia de álcool e sentimentos em extirpação

desencravar o coração inflamado na hemorragia da tensão, tesão

no que vira o gargalo engatilha-se o furor que afoga o sentimento,

cega o amor, e decepa a emoção que destrói a chutes meu interior

à álcool é movida a destruição do meu mal e temor

me prendo numa redoma de ânsia auriflamada no calvário da minha fascinação

cesso o sentimento

tal, ressurge com um riso ou reverberação vocal

cai lagrima e verte riso no momento a lamento

vira o gargalo e mergulha a linha negra

inútil esforço, o sentimento doloso é fênix maldita que atormenta meu amago

me afasto a volver, vou não indo. Viro mais uma vez o gargalo

o sentimento não se afoga, não se queima. Imortal loucura em mim

me destrói e me reduz a ninharia

morre o coração e não morre o sentimento

gargalo a virar simula a dormência da minha mente

que segue rente na lente da morte lenta do sentir que sem lente está a renascer lenta

pronta pra me atormentar mais uma noite

o gargalo me engana e eu gosto

meu coração me fode e eu gosto

meu sentimento me afunda e eu posto.

Lucas Guerra
Enviado por Lucas Guerra em 19/12/2016
Código do texto: T5857662
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