Gargalo do sentimento
A cada vez que o gargalo pende à meu gole, morre uma dor
exaurida pela ressaca e fuminada pela descrença morre à cor
cor rubra de fulgor e blues
ebulido pela poesia de álcool e sentimentos em extirpação
desencravar o coração inflamado na hemorragia da tensão, tesão
no que vira o gargalo engatilha-se o furor que afoga o sentimento,
cega o amor, e decepa a emoção que destrói a chutes meu interior
à álcool é movida a destruição do meu mal e temor
me prendo numa redoma de ânsia auriflamada no calvário da minha fascinação
cesso o sentimento
tal, ressurge com um riso ou reverberação vocal
cai lagrima e verte riso no momento a lamento
vira o gargalo e mergulha a linha negra
inútil esforço, o sentimento doloso é fênix maldita que atormenta meu amago
me afasto a volver, vou não indo. Viro mais uma vez o gargalo
o sentimento não se afoga, não se queima. Imortal loucura em mim
me destrói e me reduz a ninharia
morre o coração e não morre o sentimento
gargalo a virar simula a dormência da minha mente
que segue rente na lente da morte lenta do sentir que sem lente está a renascer lenta
pronta pra me atormentar mais uma noite
o gargalo me engana e eu gosto
meu coração me fode e eu gosto
meu sentimento me afunda e eu posto.