NOZES (para a leitora que eu amo)

Nozes...

A solidão é casca de Nozes,

Sem na alma lembrar Nomes,

Pois esses segredos das Flores,

De nomes ocultos entre ramos Verdes,

Por querer sermos milhares de Seres,

Sem ao menos essa solidão de Quereres,

Nos faz o bom da companhia de ter-te Sempre.

A solidão não conheceu o Amor,

Essa esperança de ruim Dolor,

Por renegar a própria alma sem Cor,

Nos faz uma íntima e justa Sentença,

O apaixonar-se e triste Doença,

Sem jamais o desejo sentir Carência,

Tudo na vida do ingênuo Maltratada.

Na sombra do Dragão um Ronco,

O amor escondido no Tronco,

No mistério da força em Oculto,

De ti amar-te em mim mesmo me Descubro,

Ó Maria feita formosura Imperatriz,

Que à todos nos faz um poeta pobre Feliz,

Eu sou o pobrezinho velho de Assis,

Que na solidão escreve-te em Giz.

Buscada por todos os falidos, ó Solidão,

Almejada no cárcere dos infantes, ó Solidão,

Acompanhada pela obscuridade, ó Solidão,

Deste escrever rebelde em Combustão,

A nos arrasar na imaginação um breve Calorão,

As letras do Português em um Tesão,

Quanta história de rude Fascinação,

Ser sozinho é ser devorado por um Leão.

Você vê o amor voar como um Pardal,

A repousar a imaginação de tudo isso no Sal,

Que embebe no sortilégio do afã Cal,

Toda poesia é sabedoria fundida no Factual,

Rosas no rodopiar ensejos do pensar Boreal,

Toda poesia cabe escrita no meu Vitral,

Mande a solidão para o pobre Curral,

Onde cantará, Pardal, Pardal, Pardal,

Mande todo preconceito ao sábio Pardal,

Não importa o sentir do aninhar meus Pardais.

As nozes da questão no eu em Loucuras,

Toda psicologia do humanismo nos Suja,

Por comentar a beleza inefável da Ruiva,

Queira os problemas minha Querida,

Teu nome eu conheço é Brígida,

Tua irmã me deve um beijo bela Letícia,

Neste mundo abarrotado de Violência,

Quando os políticos provocam Indecência,

O povo brasileiro é descendente de Tigresas,

Meu gemer noturno é de Incertezas...

O amor das nozes duras num céu de Azul,

O amor das nozes numa garrafa de Rum,

Deixa-nos com espírito perdido e o Cru,

Pois essas quimeras de um todo em Nenhum,

Escondido numa lata de podre Atum,

Me faz sonhar com a pronúncia da cor Blu,

Salvem as maravilhas do teu olhar Azul,

Pois o Príncipe governador da ONU,

Terminará com libras sem entender o U,

Ser escritor é jamais cruzar o proibido Sul.

O amor está no rio vivo do Amazonas,

E a casca das nozes em solitudes na Europa,

O amor está nos seios das Alagoanas,

E o embriagar-se de orgias na Europa,

O amor está nos olhos claros das Sergipanas,

E o restolho do capim seco na Europa,

O amor está no doce falar das Paraibanas,

E a ferida que não em mim sarará na Europa,

O amor está na prece de Santana,

E o fim do mundo na eterna minha Europa...

Pois por ti invocar com rogos Eleonora,

Enquanto me quebranto Isadora,

Me enlouqueço por nunca te amar Glória,

Vamos enamorar-nos nas trevas Vitória,

Em sinfonia celestial minha Guilhermina,

Aclame aos Céus virgem Priscila,

Porque a vida é fogo em ti formosa Firmina,

Em ter êxtase do mel dourado Balbina,

Cantem as estrelas de menina Felipa,

Do México o rebolado Lolita,

Quem foi canonizada foi irmã Brígida.

O amor é casca enrugada de Nozes,

Sendo as flores o meu eu em ter de Sê,

A lua será eterna treva deste meio Mês,

O pedaço da carne em ambrosia da Rés,

Sinta o florir de quem pensa e Quer,

Vista-se com o arco-de-Diana em Vêr-se de Sér,

Nunca pare de sonhar apenas Seje,

Isso nunca você Deixe,

Seja imortal da poesia em lumes Sempre,

O amor é um mói de fêmeas Serpentes...