POEMA DOS MULAMBODOS

O cheiro dela é doce de criativa Laranja,

Que enrola o corpo como boa cítrica Manta,

Pois sua beleza a mim tanto Canta,

Laranja, laranja, laranja...

Ela é mulher formosa no sorriso, é uma Santa,

Seu jeito meigo tem belo nome, é Lívia Nanda.

A rainha dorme a se extasiar comendo Maçã,

Pobre da princesa formosa Mulã,

Sua paixão por Luis Miguel foi Afã,

Quem conheceu seu corpo foi Natã,

Que sempre morto em pecados um pobre Pião,

Fez desta poética rima um galardoador Brigão,

De sexo e orgias literária um Fanfarrão,

Salve o honesto Xiita da mítica Teerã.

Mulher bonita é um suco proibido da Jaca,

Que restolha na feia Quimera Rata,

Dos Indianos uma maldita Casta,

Pois ser apenas enamorado é injusta Farsa,

De cabelos em fios de ouro morrer na Calva,

Por isso o cão do Inferno Ladra,

Atrás da gorda Paca,

De anjas a viajar nas elípticas Libélulas,

Isso é um conto de oásis de Relvas amarelas.

Na boca do leão tem Barata,

Elas são albinas sem o nojo da Carapaça,

Por sorte essa dama não faz Trapaça,

Essa lenda do pobrezinho relés Satírica,

Quero me casar com ruiva Linda Vilma,

Que come baratas da China com Cerejas,

Isso sim é abusar do dom de tantas Belezas,

Me acho num labirinto de Incertezas,

Pois quero amar também as Feias,

Que nos olhos da alma são venustas Sereias.

A mulher não nasceu do pobre Barro,

Pois sua riqueza é orifíco Petróleo,

Dos desejos loucos pouco Insólito,

Amar pai e mãe mata um rio de muito Ódio,

Ser poeta é ser Cearense com rosto Gótico,

Pois as mulheres fazem amor com o Sórdido,

Do imaginário fluxo dos Mortos,

Bebemos ao casamento de Hoto,

Pois a virgem vagem em ti verde azul Brota.

Esta verdade dum outono Sábado,

De mulheres na suavidade do belo Nu,

Afasta os Demônios e os feios Urubus,

Mas isto enobrece a árvore de milenar Bambus,

Sorve o escarlate, o negro, e o bom Verde,

Perdizes dentro da minha grande Rede,

Quero amar-te poetisa que me Deseje,

Luz, mimos e formigas que na alma Sentem,

O sol do espetáculo do raro Luar,

Ser poeta é ir contra a corrente, é se Arrastar.

A Margarida na coroa dourada de Deus,

A morte nos contos falidos de Zeus,

Faz de mim o todo crônico dos Seus,

Pois amar a poética entre milhares Teus,

Vou buscar um sentido proposital no Sul,

Aonde o amor e degustado Cru,

Sabe de uma coisa bondoso é apenas Deus,

Quem criou essa inverdade confia em Zeus,

O amor pela verdade a tudo Alumiar.

Viva os nascimentos das perfeitas Marias...

Muitas delícias tem a Laranja,

Que o amor cegou na garota Cândida,

Ela também era confidente de Amanda,

Mas se casou com ferrenha luta com Fernanda,

Nessa briga de ursas, cobras e uma Pata,

Ela quis ir embora à moda jeitosa Gálica,

Chegou em Berlim e morreu em Roma,

Nada de poesia ou delicados Cântico,

Essa é a cascata do Pai Eterno,

Ser poeta é uma revelação do saber Védico.

As palavras tem honrado e fino Brio,

De flores a dançar aclamações de récitas Mil,

Isto lembra a codornize sem chorar um Pio,

O vento desta lembrança é pesaroso Silvo,

Do impuro dos pecadores, mais sagrado Rio,

Dantesco lumiar do Santã Etéreo, bélico, ecos,

Isso é uma noite de letras a amar meu Vergel,

Pois a poesia mais sublime o lugar é os Céus.