Asas preenchidas de saudade
Asas avoaçantes e costumeiras.
Pirraça esta estrada volumoso, que não me
deixa chegar ao infinito.
Codifica todas as entradas e saídas.
Quero ficar com meu amor, a saudade sangra.
Infringe esta louca vontade que tenho de amar.
Fazem as loucas ondas se abrirem sobre o calmo mar.
Pegue nas minhas mãos e ajuda-me a pousar
com estes passos ainda medrosos.
À água que me destes é pouca, preciso de mais para
avançar meu destino, cortar dentre as matas o
que atrapalha a passagem.
Acho que sou um ser fictício.
Inventado-me dia após dia.
Tira-me da solidão, do pouso tonto,
do silêncio atordoado.
O sol brilha no horizonte e a chuva derrama o
choro na jornada, onde em breve irei repousar.
Não quero me acabar sem asas ou num poema
de papel onde lágrimas, disfarçam nas linhas.