Ponte de safena

Interpolado coração, confuso raciocínio

São os cinco sentidos e suas sinestesias

Sonhando sem sono, encanto e fascínio

E a insônia me deu as melhores poesias

Romance epistolar ou um pot-pourri de gente bamba

Digital ou na caneta de nanquim, sem plataforma

Estou com uns versos que dariam um samba

Em letra de fôrma, pois o que menos importa é a forma

Você veio para irrigar meu coração

Desviou sangue e gerou confronto

Fiz uma nova bossa, outra canção

E a vida nunca foi a arte do encontro

Ponte de safena sem cicatriz

Ela me opera, marca meus passos e acha digno

Um mapa dizer o que faço e o que fiz

E eu já falei pra ela que não ligo pra signo

Viajei a prazo pro inferno por você e por amor

Réu confesso, longe de você já não sou mais nada

Talvez milhões de vasos sem nenhuma flor

Expliquem as mil rosas roubadas

O “se” que cê adora não é “Se” de Djavan

Você arrancou meu sono com sua incerteza

Como uma psicóloga, sinto sede de divã

Ao menos em meus pesadelos eu sinto sua frieza