VÁ
Se quiseres partir, pois que vá.
Não mais implorarei
por nenhum momento,
pelas migalhas do teu amor.
Não mais chorarei por te,
como também não te procurarei.
Deixarei que tu vás.
E se amanhã talvez
tu te encontrares novamente
pelas frias e escuras esquinas,
caída sem abrigo ou teto.
Lembrar-te-á de que
quem um dia a tiraste da rua,
dando lhe carinho e afeto,
fui eu...
Que em uma fria madrugada
a colhi de uma calçada
fazendo de te minha amada.
E se hoje queres partir,
então que vá.
Pois nunca tranquei a porta,
desde que te recebi.
Nova Serrana (MG), 15 de setembro de 2007.