TUDO
Hoje reconheço
que em toda sua vida,
nunca fui eu,
a quem você tanto quis.
Pois nunca pude lhe oferecer
nenhum conforto material.
Nada que pudesse ser penhorado.
Que quando nossos corpos
entrelaçavam se no ato,
sua cabeça distante
pensava em tudo...
Tudo que não lhe dei.
Tudo que eu nunca fui.
Tudo que você nunca seria
se ao meu lado continuasse.
O corpo exposto na cama.
No cérebro queimando a chama
de um dia estar ao lado,
de um outro qualquer
que pudesse lhe oferecer tudo.
Tudo que uma mulher,
sempre sonhou em sua vida.
Menos o amor sincero
que o outro nunca há de lhe dar,
no ato do entrelaçamento.
Onde ele será seu tudo,
e você para ele será nada.
Nada mais que um esquecimento.
Nova Serrana (MG), 15 de setembro de 2007.