Que posso eu fazer?
Oferto-te, a mãos cheias, o amor que me cai do peito...
E, se tu, não carregas contigo, nem o que cai pelo chão, a não caber-me nas mãos
Que posso eu fazer, a não ser deixar-te ir, sem nunca saber o gosto que tem esse amor meu
Se te abro as portas/coração, feito leito, para deitares teu cansaço/vida, e tu, desvia o olhar e procura a saída
Que posso eu fazer, a não ser limpar o recinto do cheiro teu e desfazer o leito
E apenas carregar-te ao peito pelo tempo aceito a velar esse adeus
E depois de velado, sepultado, definhado em meu peito
Jogo as cinzas do que nunca fomos, pelos caminhos que nunca percorremos
E se não servir para as flores como adubo na estrada
Que seja, nas narinas/entranhas minhas, adubo para o coração meu...
by Van Alves