PARAÍSO DOS ANJOS
PARAISO DOS ANJOS
Pelo céu azul-celeste
Se esvaem as nuvens sem destino...
Divagando naquela paisagem incandescente,
Contemplando uma arquitetura inexistente,
Que construiu o deslumbrante firmamento.
Naquele ermo universo imensurável...
Elas se perdem em sortilégios,
Sorvendo a bem-aventurança divina.
Num viver bendito seguem esvoejando...
Sobre ondas nebulentas e estrelas luzindo,
Vão galgando siderais à distancia infinda...
Extasiante viagem! Que céus lindíssimos!
Paraíso dos anjos e onde Deus habita.
Celeiro, refugio de respostas benditas:
Às ânsias, às súplicas em orações alevantadas,
Às catástrofes súbitas não reveladas;
Sempre transmutando as aparências
E revigorando as nuvens desgarradas.
Oh! Alísios surdos que não ouvem
Os ecos destas vocês plangentes!
As vezes cegos não vêem estes prantos!
Deslizando do firmamento se esparzindo ao acaso.
Pelo extragaláctico de colorido azul-gaio:
Aquelas nuvens seguem abeberando do ressuscitamento;
Haurindo divinização e superando a matéria:
Demolindo e transpondo imensos óbices;
Construindo uma nova vida não inópia
Em prol deste orbe terrestre quão inóspito.
Em Via Láctea divinizada de vida rarefeita
E nebulosa alheia a de outrora não promitente.
Em orações, vigílias, louvores, a Deus, rogam:
Justiça aos oprimidos, pão aos necessitados,
Deste planeta de clima nem não propicio.
O mais paupérrimo dentre os planetários.
Hospital das nuvens sofridas! Aviltante calvário!...
Oh! Mundo cruel!... e despido de espiritualidade.
DJALMA PEREIRA GUEDES