Da saudade
Não hei de me deitar
Sem antes avistar esse par de olhos
Esses teus olhos pequenos
Por vezes, cansados
Mas sempre com um brilho de primeira infância
Não poderá o sono me domar
Sem que eu veja esses ombros
Esses que faço de abrigo
Outras vezes, de escudo
E que juntos dos olhos, me guardam do mundo
Não me será possível o descanso
Sem que eu ouça essa voz
Essa sua voz que me arranca suspiros
Serena e resoluta
Que me leva pro céu, sem que meus pés deixem o chão
Não serei refém nem do sonhar
Ou melhor, serei
Desde que da minha quimera, você seja o rei
E me envolva na trama dos teus olhos
Do teu abraço e do teu canto, do teu encanto.