O amor de um cristal polido
Sombras da alma que se refletem desapercebidas, escuridão de ideias e fatos que resvalam na hipócrita solicitude da vida... gritando para todo mundo ouvir, sou um cristal polido, sou eu mesmo remanescente de um sonho perdido...um caso de perdas e ganhos insondáveis, como uma flor que morre e seu perfume fica na memória, sua beleza não se esquece...quando chega a primavera um novo horizonte começa em minhas canções... dores de parto pode se senti a distancia, como um vento raivoso bradando favores ao sol, um amor dilacerado, esquartejado e moribundo...quando penso que estou indo nem sai do lugar, já não vejo como os demais que anseiam por realizações concretas, sou apenas um poeta vislumbrando um poético mundo desfigurado...as sombras das árvores sobrepujam a tranquilidade dos ociosos, a mesmice uma companheira delirante dos fracassados...os restos mortais de alguém que clama e ninguém ouve, que grita e ninguém escuta, que fala e não se tem respostas...favores e amores são da mesma classe, poetas e esquecidos são amigos inseparáveis...entre os que sonham estão os abismos gigantescos...as delícias de outrora são resíduos de um favo de mel ressecado e abandonado, o sopro de um pulmão no último suspiro...a semente esta para a terra assim como o óleo para água, a semente morre e brota a flor, o óleo não se mistura, é altivo, a água não requer companheira, seu destino esta nos abismos, nas decidas, sempre vem do alto...assim é o amor de um cristal, seu brilho pode se ver de longe, seu valor insondável, somente para aqueles que o admiram...