NA FRONTEIRA

Silêncio desesperador em alta madrugada

Coração quebrado, mente em enxurrada

Criaturas más, debochadas

Dançando no inferno e, dando risadas

No outro lado, o silêncio é profundo

Cortado apenas pelos soluços do mundo

De uma humanidade que não sabe ainda o que é ¨ser humano¨

Que vislumbra sempre a sua frente, a falsidade, o desengano

Um ser quebrado, partido e triste

Silenciosamente a tudo assiste

Sente-se mortificado, quer morrer...

Que mais há de se fazer?

Pára, suspira, imagina... Transcende...

Ultrapassa as profundezas da morte e...

Queda-se inerte, nada mais sente

Numa paz inenarrável que a tudo silencia

A sapiência da luz aguardará os vivos

D’outro lado do balcão da vida

Se n’alguma fogueira avivar-se a chama

Da paixão perfumada de outrora

Brilhará um ser alado dessa noite que exila

Transcendendo essa luz fronteiriça

Ressuscitada num poema se erguerá

A poetisa dourada iluminando todas as trevas

E, na selva de pedra ecoará seu canto

Do Amor que transcende a morte

Não chores meu amado anjo

Nem à distância e, nem a morte apagará a jura

De meu Amor eterno por ti

Que trago comigo sempre bem tatuado

No meu coração, o teu nome adorado

Estarei contigo esteja onde estiver

E, continuarei a ser teu anjo-mulher

Ainda que diante da morte

Meu Amor sempre será mais forte

Sempre esperando por ti meu rei, meu sol

Que um dia pensei que me iluminaria

Com apenas um de seus raios ultra-sensíveis

Que comigo dividiria...

Mas, quando eu fraquejar

Quando as saudades quiserem me sufocar

Ao teu lado estarei

E, pra ti entoarei

Um cântico de Amor

Que expurgando toda a dor,

Há de tocar tua alma

Muito além do infinito

Acariciando-te com ele

E, mostrando que meu sentimento

Por ti sempre continuará puro e bonito.