Cardo

Coração de terra, parda a pele

áspera de ventos e frios,

de água e estios indomáveis.

Vinhas de mãos gretadas

raspar-te em mim

e tocavas o meu sexo

como carícia de cardo

doce e agreste.

.

Bebias-me como licor e gemias

uma febre que nunca antes conheci.

Sabias a vento, a pó da estrada,

sabias a sangue e tinhas gosto de nada,

da voz que, paradoxal,

tremeu ardente e sempre pura

nos amo-te que me disseste.

Edgardo Xavier
Enviado por Edgardo Xavier em 08/12/2016
Reeditado em 09/12/2016
Código do texto: T5847660
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