PRETÉRITO

Apenas em um momento no espaço

interminável realizado nas mesmas medidas

da barreira do som, trasladei-me para o

passado como se fosse por transposição.

Foi difícil rever o que aconteceu

como difícil foi deixar de chorar no

retroceder que fiz e me arrependo,

pois o que mais faleço agora é de

tristeza.

Não devia, mas debuxei em um local

bem visível o meu nome apenas para

comprovar a minha presença no passado,

por não aguentar mais de saudades.

Mas, o que mais entristece foi

enfrentar o regresso repleto de

vazio muito mais do que quando

parti e neste caso trouxe comigo

a reprodução do nada...

Não quero mais voltar ao domínio do pretérito,

não quero mais chorar por coisas já inumadas,

desejo sim me encontrar onde possa viver e

não morrer no passado como se estivesse

imerso em um sono profundo.

Wil
Enviado por Wil em 08/12/2016
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