PRETÉRITO
Apenas em um momento no espaço
interminável realizado nas mesmas medidas
da barreira do som, trasladei-me para o
passado como se fosse por transposição.
Foi difícil rever o que aconteceu
como difícil foi deixar de chorar no
retroceder que fiz e me arrependo,
pois o que mais faleço agora é de
tristeza.
Não devia, mas debuxei em um local
bem visível o meu nome apenas para
comprovar a minha presença no passado,
por não aguentar mais de saudades.
Mas, o que mais entristece foi
enfrentar o regresso repleto de
vazio muito mais do que quando
parti e neste caso trouxe comigo
a reprodução do nada...
Não quero mais voltar ao domínio do pretérito,
não quero mais chorar por coisas já inumadas,
desejo sim me encontrar onde possa viver e
não morrer no passado como se estivesse
imerso em um sono profundo.