CAMINHEMOS
Vamos fazer de conta que o tempo
passou e o que aconteceu entre nós
acabou se escondendo em uma de
suas próprias gavetas para poder
eximir-se de culpas....
Vamos nós pesarosos ou contritos
contradizer os que dizem ou
simplesmente nos converter em
ouvidos de mercador...
Mesmo incertos resta-nos agora esperar
para ver o que acontece nesse caminho
onde encontrávamos desunimos,
da mesma forma quando acreditávamos
respirar no mesmo espaço...
E o espaço ele é muito extenso repleto de
vácuos onde nada se encontra a não ser desilusões
que nesses casos, costumam aproveitar a situação
para mutilar o que restou e infringindo maus tratos.
Passamos o que passamos, choramos e como choramos
por ter se transformar tudo obscuro, tornamos-nos
apenas figuras em fotos amareladas e opacas,
caminhemos na companhia da alegria da multidão
e do som das algazarras que só pertencem ao silêncio...