Sim, as Rosas

São nelas que

Inspiro-me nos dias,

De nuvens baixas,

cinzentas e chuvosas...

Preciso de sua alegria,

da Margarida, da orquídea,

do doce jasmim,

do aroma inebriante

das rosas...

Essas então...

Rubras, rosas, vermelhas

Me assemelho...

E no espelho

me sinto prosa

Diante delas

me ajoelho

E até me sinto

Cheirosa!

Nelas eu sou

Borboletas

E em mim

elas são rosas

Sob o sol forte

Ou à luz de estrelas

Sou tão faceira

quanto formosa.

Também sou rosa

Virando estrela

E nem preciso

De nebulosa

Alcanço a lua

nua princesa

Me junto aos versos

De Noel Rosa

- Se viro samba?!

- Noel se foi!

Mas em diversos

me identifico

Pois uma rosa

é como prosa

Nas notas de um samba

De Cartola

Ou na Bossa Nova

De Jobim, Vinícius ou Chico.

Mas "as rosas não falam,

simplesmente as rosas exalam..."

diz Cartola sem marolas

no seu verso comportado,

Mas deixo os versos

desse autor contrariado...

Eu não roubo

Pois te dou o meu perfume...

Luz de estrela

Ou de um simples vaga-lume...

Cheiro de flores,

Luz e brilho

Ao meu amado.

Aut. Benigna Samselski