MINHA
Mesmo convivendo com a realidade de uma
sentida ausência, simplesmente continue sendo
minha,minha ainda que eu seja o único a sofrer
nesse meu mundo de carências...
Minha mesmo que na solidão em que vivo, mesmo
no convívio da felicidade onde só se vê sorrisos,
associados a aparência de meu disfarçado embuste
onde vendo a imagem de paz do meu reino de mentiras.
Sim, continue sendo minha igualmente quando
estiver sendo envolvida por outros braços e beijada
por estranhos lábios, ou exatamente quando contando
estrelas do mesmo jeito que eu e você contávamos...
Minha durante teus gritos incessantes em alcova
que não a nossa, no prazer de suas utopias da
manhã seguinte, no oásis de suas fantasias ou
na contagem de inexistentes pirilampos...
Não tenha sentimento de culpa por tudo o que
aconteceu vamos culpabilizar o fatalismo, mas
mesmo que saiba que respiro o ar gélido em
minha glacial saudade continue sendo minha...