CANÇÃO DO VENTO
Os sinos em espelhos,
Em último poema profundamente
São contra os pesadelos
Que atormentam nossas mentes.
O impossível acontece.
Amanhece e anoitece
É mais um dia que se vai
Para onde sopra o vento.
A estrela da manhã
Traz outro sinal de vida
É mais uma lembrança viva
Soltando petecas no ar
Enquanto o vento faz a despedida.
O desencanto de um sorriso
Na última canção do beco
É o exemplo das rosas espalmadas
Na morte absoluta de cada tempo.
O testamento em temas e voltas
Da velha chácara toda estrelada,
Noturno do morro de encanto
No acalanto da lua nova consoada.
O último poema persiste.
A estrela da manhã ainda existe.
A noite quase morta está triste,
Em canção do vento,
Que sopra todas as direções,
Na arte de amar as três Marias.
Há dentro de nós sete assuntos por segundo.
Há no azul do céu outra dimensão.
No mar as ondas se tornam altas
E as praias se agitam todas as manhãs.
Esse cerrado queimado causa-me solidão.
Fico sozinho no meio da solidão.
A mata existente em cada canto
Do meu país é o encanto
Que aplaca meu coração.