CANÇÃO DO VENTO

Os sinos em espelhos,

Em último poema profundamente

São contra os pesadelos

Que atormentam nossas mentes.

O impossível acontece.

Amanhece e anoitece

É mais um dia que se vai

Para onde sopra o vento.

A estrela da manhã

Traz outro sinal de vida

É mais uma lembrança viva

Soltando petecas no ar

Enquanto o vento faz a despedida.

O desencanto de um sorriso

Na última canção do beco

É o exemplo das rosas espalmadas

Na morte absoluta de cada tempo.

O testamento em temas e voltas

Da velha chácara toda estrelada,

Noturno do morro de encanto

No acalanto da lua nova consoada.

O último poema persiste.

A estrela da manhã ainda existe.

A noite quase morta está triste,

Em canção do vento,

Que sopra todas as direções,

Na arte de amar as três Marias.

Há dentro de nós sete assuntos por segundo.

Há no azul do céu outra dimensão.

No mar as ondas se tornam altas

E as praias se agitam todas as manhãs.

Esse cerrado queimado causa-me solidão.

Fico sozinho no meio da solidão.

A mata existente em cada canto

Do meu país é o encanto

Que aplaca meu coração.

Aires José Pereira
Enviado por Aires José Pereira em 01/12/2016
Código do texto: T5840339
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