mar de delícias

a vidraça se quebra e se estilhaça;

os pedaços de vidro se espalham ao léu.

sua boca se abre, eu pressinto a ameaça

de uns lábios que eram mais doces que o mel

lá em cima, andorinhas nos olham sem graça

e aqui perguntamos: cadê nosso céu?

os amigos garantem, isso é só pirraça,

porém não imaginam o quanto é cruel

onde estão os abraços, os beijos, carícias

quando nos conhecemos? o tempo enxugou?

foram apenas vapores que o sol extinguiu?

para quem se encantou com um mar de delícias,

hoje nesse deserto que é o que sobrou

nem parece que a vida um dia existiu...

Aluizio Rezende
Enviado por Aluizio Rezende em 28/11/2016
Código do texto: T5837179
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