SONHOS COMPLACENTES
Gosto, às vezes, de está acordado
para velar o teu sono, quando
a brisa fresca da madrugada adentra
pela janela entreaberta do nosso
ninho de amor, trazendo o cheiro
das frutas do outono, para
que possamos colhê-las no alvor
da manhã desperta. Gosto
de contemplar na penumbra,
o teu corpo adormecido pelo tempo
que fizemos amor, ainda sentindo
o gosto do teu sexo delicioso
retido em minha libido, quando
a maciez do fino lençol deixa
transparecer a sensualidade
de sua nudez. Gosto, amor, de sentir,
pelo jeito do teu corpo em repouso,
a tua alma serena à espera de minha
alma para sonharmos juntos, acerca
do quanto o nosso bem-estar amoroso
nos edifica, direcionando as nossas
almas para o porvir regenerativo.
Ainda desdobrada em teu sonho
de profunda paz astral, o meu corpo
também adormece para que nos
encontremos espiritualmente.
Ausentes por alguns instantes
dos nossos corpos carnais,
construimos o nosso amor
com o bem que exercitamos
em nossos sonhos complacentes.
Escritor Adilson Fontoura