Apaixonada, lápide
Meu corpo tomba, quase inerte.
E é o teu corpo, o meu jazigo...
Desfaleço...Realizada...
A vida basta-me !
Uso minha pena,
a trascrever nosso Ato...
Quem sabe um dia,
num destes alfarrabios,
um casal de apaixonados,
leia-nos...
"Senhores dos desejos,
e dos arroubos...
Senhores,
nas alcovas da paixão..."
Talvez neste dia, o que nos reste,
seja apenas a fria pedra,
de uma apaixonada lápide...
Cuja inscrição, sem redundâncias fale:
Aqui, em sua forma absoluta,
sobre este inefável Homem,
e sua forma, máscula e dissoluta,
cinza e una, jaz uma Mulher,
que um dia, amou, viveu,
e loucamente a ele desejou...
E que ao partir, sorriu e ainda ousou,
em versos, que o infinito acalentou,
mostrar ao Mundo, o quanto foi feliz!