permanência

a frieza
de um dia
tornou-se
constante
pelos
sussurros
e choros
abafados
que eu
a ouvia
dar
em cada
canto
da casa.

aturamos o
mês seguinte
assim. fazendo
somente o
necessário
para viver.
sua voz virou
minha lembrança
mais
dolorosa. e meu
quarto me foi
arrancado da
paz e
sossego.

durante um ano
tivemos que correr
caminhos contrários
para conseguirmos
respirar
com calma.
com o que
precisávamos.
com o que nós
julgávamos
importante.

e a razão
se
perdeu
em um
desses
caminhos.

lhe dei a chave
de minha casa,
caso voltasse.
caso quisesse.

mas não aconteceu.

e as boas almas que
encontrei
vagando
tão perdidas
quanto eu
não pude
acalentar.

com isso
decidi a
doar
o meu
peito
para
quem
quiser
morar.
para
quem
precisar
de um
lar.

ele está um pouco
frio.
ele está um pouco
vazio,
mas por favor
compreenda.
ele é a única coisa
que me sobrou.
Cleber Junior
Enviado por Cleber Junior em 16/11/2016
Reeditado em 16/11/2016
Código do texto: T5825109
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